O ano começou...
O dias foram passando...
O cansaço foi aparecendo...
E por fim o Natal foi chegando...
E chegou tanto que já passou...
E agora???
Agora???
É ter que se organizar...
Por onde começo???
Se organizo a razão, perco no coração...
Se tento o coração, esqueço da razão...
Nesse ponto o que conta é a razão x o coração???
Não sei...
Cheguei num impasse que não sei se um ofusca o outro, ou se o outro ofusca um...
Não sei se um é diferente do outro, ou se os dois são a mesma coisa...
E se os dois são a mesma coisa, não poderiam ser somente parecidos???
Se eu procurar a razão, talvez não ache nem seu sentido...
Mas se digo que não tem sentido, é porque de algum modo há razão...
Se eu "converso" com meu coração, de algum modo lá se vai minha razão...
E essa razão é a de pensar...
A de dizer, "o coração não conversa"...
"O coração somente sente..."
Mas sente o que???
Nessa parte faço um adendo as palavras de uma pessoa "pouco" culta, Vinícius de Morais...
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Acho que o que o coração sente é um pouco do que é dito...
A parte talvez, talvez não, mais significativa para mim nesse soneto é seu final...
"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Mas que seja infinito enquanto dure."
O infinito é nada mais do que aquele horizonte, você o vê, mas não sabe onde ele se finaliza...
Imortalidade existe enquanto alguém se lembrar de nós...
O dia em que nos esquecerem, nós não mais existiremos...
E por fim, pois tudo na vida tem um fim, não sei como proceder...
Mas quero tentar, se não forem a mesma coisa, unir o coração e a razão...
Quem sabe assim esse "buraco" ao qual me encontro seja por fim preenchido e por fim vivido...
E assim mais uma viagem sai da cabeça desse ser que vos escreve...