sábado, 15 de maio de 2010

Pierrot...



Já disse o Los Hermanos...

"O pierrot apaixonado chora pelo amor da colombina...
E a sua sina chorar a ilusão em vão, em vão..."

A história dele é triste...
Pois o Pierrot ama a Colombina...
Mas a Colombina ama o Arlequim...
E por fim o Arlequim deseja a Colombina...

Um famoso triângulo amoroso...
Muito bonito...
Mas muito triste...

Mas quem já não amou alguém... que amava alguém... e esse alguém gostava de outro alguém...
Confuso né???

Afinal apaixonar-se é algo rápido e confuso...
O coração bate mais forte...
As palavras somem da boca...
O ar foge...
E em um minuto se passa um milênio...

Sentimento esse, que se correspondido, é mais que bonito...
É magistral...
É fulgurante...
É tudo mais de palavras difíceis e belas que você encontrar no dicionário...

Paixão é algo que com o tempo se transforma em amor...
Amor...
Sentimento sublime...
Sensação inebriante...

Quem nunca amou nunca existiu...

Amor ao pai...
Amor à mãe...
Amor ao amigo...
Amor à amiga...
Amor...

Não tem idade...
Não tem sexo...
Não tem tamanho...

É tudo e ao mesmo tempo nada...
É o fim e o começo...
Ou é o começo do fim...

É estar e não querer passar...
É viver e sempre saber...

Que se de amor vivemos...
Com amor morreremos...

E se sequer vivemos...
Nunca morreremos...

A boca e o vento...

Veja só como é...
Um comentário mal feito é como uma bola de neve...
Rola... Rola... Rola...
E só aumenta de tamanho e teor...

Palavras mal faladas são como cicatrizes mal cicatrizadas...
Estarão sempre ali para te lembrar o que elas são...

Ao outro sempre é muito fácil justificar ou mesmo julgar as atitudes ou posturas dos outros...
Mas não sabe ele que toda e qualquer atitude vem de um causo ou "conto" anterior...
Ele vem a você e diz: "Você fez isso... Você fez aquilo... E ainda aquilo outro..."...
Mas mal sabe ele que o que você fez não foi nada disso...
Que ele é que observou de um ângulo distante e simplesmente deturpou tudo o que poderia ser belo e, o pior deturpou mais ainda o que não o era...

Abra sua boca e dê um grito...
Ao receptor três coisas podem vir a ser transmitida...
Você se assustou...
Você se machucou...
Ou você está louco...

Mas por que não pode você ter gritado porque estava com vontade de jogar para fora aquele sentimento que lhe oprimia??? Que estava lhe dando um aperto no peito???

É fácil ver e definir as coisas conforme nossas crenças e, não que elas estejam erradas...
Mas elas também não estão certas...
E creio, vivo e me movo conforme minhas crenças, sonhos e desejos...
Mas eles podem e as vezes são só meus...
Não seu... Não de outras pessoas que o rodeiam...
Mas isso não faz que eles estejam errados...
E sim corretos aos seus olhos...

Por isso, viva...
Grite...
Sorria...
Aja...

Mas não pegue o bonde andando e queira sentar na janelinha...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Era uma vez...

Era uma vez...
Um gato xadrez...
Que só falava em inglês...
Mas só entendia português...

Casou em chinês...
Amou em japonês...
Beijou em francês...
Chorou em alemão...

Separou em catalão...
Quebrou em suíço...
Morreu em italiano...

E por fim...
Renasceu outra vez...
Como um gato xadrez...

E assim como findou...
Começou tudo outra vez...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ser ou não ser...

Eis a questão...

Ser um bom filho...
Exclui a possibilidade de ser um mau filho???

Ser um bom amigo...
Impede de cometermos erros???

Ser um boa pessoa...
Nos tira a possibilidade de ofendermos???

Ser um bom amante/confidente/namorado/qualquer outro tipo do que sei lá o que seja...
Nos impede de magoarmos alguém???

Como meros humanos que somos, as respostas que me passam são:

Não sei ser um bom filho, porque faço meus pais infelizes às vezes...
Não sei ser um bom amigo, porque sou sincero muitas vezes que deveria ser quieto...
Não sei ser uma boa pessoa, porque me irrito com questões mínimas que poderiam ser desconsideradas...
Não sei ser um bom amante/confidente/namorado/qualquer outro tipo do que sei lá o que seja, porque consigo além de tudo afastar às vezes quem não quero que se afastem...

Mas como toda questão, sei não haver somente uma resposta, sendo assim:

Sei ser um bom filho, porque admiro tudo o que me foi dado e proporcionado, não excluindo nenhum aprendizado...
Sei ser um bom amigo, porque defendo meus verdadeiros amigos com unhas e dentes, mesmo que com isso quem fique sem unhas e desdentado no fim seja eu...
Sei ser uma boa pessoa, porque também me irrito com as questões mínimas para uns e que para a minha pessoa de mínima não tenha nada...
Sei ser um bom amante/confidente/namorado/qualquer outro tipo do que sei lá o que seja, porque sei que sozinho o mundo não gira e, acompanhado de alguém que lhe ame, o mundo gira na velocidade dos sentimentos que, por serem sentimentos, movem o homem como um ser único...

Sei e não sei que por ser um humano, racional (embora com períodos irracionais), fadado a errar e, sempre a aprender...
Viverei sempre a pensar...
Sem nunca chegar...
A dúvida saciar...

Afinal...

Ser ou não ser...
Eis a questão...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Intempéries...

Tento acreditar que não só se refere a mim, mas é difícil...

Tento pensar que as pessoas a minha volta também convivem com problemas parecidos, mas há algo errado...

Tento conciliar pensamentos com os outros, mas eles não me vem...

Tento garantir uma verdade, não única, mas ela parece não existir...

Tento organizar minha pessoa, mas acho que não serei nunca organizado...
Ou será que ser como eu sou é estar organizado???
Se é, como dizer que não é???

Tento acreditar que o tempo é o melhor remédio...
Melhor remédio para que???
Para quem???

Se estou parado, é porque estou parado...
Se me mexo, é porque estou em movimento...

Pessoalmente o tempo não me está sendo o melhor remédio...
Acredito sim nos seus pontos positivos, mas positivo para os outros pelo que vejo...

O mundo gira e por girar todo dia passamos pelo mesmo ponto...
Mas será que esse ponto realmente é o mesmo ponto???

Será que no exato momento em que passamos por esse ponto, experimentamos sensações, pensamentos ou vivências parecidas com o que vivemos ontem ou mesmo antes disso???

O tempo nos dá certezas não tão certas assim...
Decidimos coisas, por exemplo o amor, mas que com o tempo sem o uso dele, nos faz pensar se podemos resgatar aquele amor em seu contexto inicial...

E por não saber se é possível esse resgate, ficamos na dúvida se ele realmente existiu naquele determinado momento, ou se foi um ato falho da nossa consciência que definiu que seria bom naquele momento e que também seria a melhor ação/opção...

O mundo dá voltas... Nossas prioridades mudam...
Mas nossos sentimentos não...
Se amamos... Não uma paixão...
Mas se amamos com todo nosso ser... Com todas nossas forças...
Mesmo que esse amor não seja correspondido, será que o esquecemos???
O será que fingimos que esquecemos...

E se esquecemos, será que podemos resgatá-lo???
Recuperá-lo e descobrir que naquele determinado momento ele não era correto...
E que agora ele seria bem colocado???

Ou será que ele se perdeu para sempre...
Demonstrando que somos pessoas superficiais e, que na verdade nunca ao menos amamos???
Mas sim que criamos softwares para enganar o funcionamento do hardware "cérebro", para que o mesmo se sacie da necessidade de emoções... Das necessidades de tensões...

É vivendo nessa confusão, mental e digamos até espiritual, que deixo a seguinte questão...

Se podemos amar, mas sabemos que o amor nem sempre é uma flor, porque continuamos a tentar amar???

Eu sei qual seria minha resposta, mas prefiro que ela comigo fique...